quarta-feira, 7 de abril de 2010

Bento XVI não é responsável pelos abusos nem os encobre, diz Cardeal Sodano



.- Depois de sua expressão de solidariedade na manhã de Páscoa, o Decano do Colégio Cardinalício e Ex-secretário de estado, Cardeal Angelo Sodano, assinalou, ante a campanha mediática difamatória contra o Papa Bento XVI, que assim como não foi responsabilidade de Jesus a traição do Judas, tampouco é responsabilidade do Santo Padre os abusos cometidos por alguns clérigos, quem deve responder por eles.

Em entrevista concedida ao L’Osservatore Romano, o Cardeal Sodano explicou que "ante estes injustos ataques nos dizem que nos equivocamos na estratégia, que deveríamos atuar de outra forma. A Igreja tem seu estilo e não adota métodos que hoje são usados contra o Papa. A única estratégia que nós temos vem do Evangelho".

Ao comentar logo como vê a comunidade cristã, o Cardeal disse que "se sente justamente ferida quando se tenta culpá-la em bloco de feitos graves e dolorosos de alguns sacerdotes, transformando culpas e responsabilidades individuais em culpa coletiva com uma forma verdadeiramente incompreensível. Em minha intervenção não tenho feito outra coisa que lhe dar voz ao povo de Deus: ao Colégio Cardinalício, antes de tudo, que é um com o Romano Pontífice, mas também aos bispos e a todos os quatrocentos mil sacerdotes".

"Se algum ministro foi infiel não se pode e não se deve generalizar. Certo, nós o sofremos, e Bento XVI pediu perdão muitas vezes. Mas não é culpa de Cristo que Judas o traíra. Não é culpa de um bispo se um sacerdote se manchou com culpas graves. E certamente não é responsável o Pontífice", precisou.

Depois de comentar que a festa de Páscoa é uma ocasião propícia para ressaltar a unidade da Igreja, o Cardeal Sodano disse que "sinto um dever de reconhecer a Bento XVI sua dedicação apostólica com a qual dispõe seu serviço cotidiano à Igreja. Minhas palavras nasceram também de uma exigência pessoal, do afeto profundo que tenho pelo Vigário de Cristo".

Seguidamente o Decano do Colégio Cardinalício afirmou que sua intervenção "além de um testemunho de proximidade ao Papa, foi um convite à serenidade. É o chamado que o mesmo Papa, primeira e continuamente, dirige à Igreja e ao mundo, seguindo os seus grandes predecessores na cátedra de Pedro".

"Não nos assombremos das perseguições porque Jesus já havia dito a seus apóstolos que ‘um servo não é maior que seu amo. Se me perseguiram, eles também perseguirão vocês, se tiverem observado minha palavra, observarão também a sua’, como se lê no Evangelho segundo João", conclui.